Como internar um individuo toxicodependente contra a sua vontade?
Para você ter uma ideia de quão complexo é a motivação de um individuo com comportamentos adictivos, para ser internado e receber apoio profissional, para o tratamento em regime residencial de internamento, segundo a experiência da Creta, de mais de duas décadas, só 10% dos indivíduos admitidos para tratamento, após avaliação psicológica, são admitidos pela sua vontade própria. Isso significa que 90% são admitidos contra a sua vontade.
A Creta não pode impedir que um individuo, resistente e desmotivado, perante o tratamento abandone a instituição, contra a opinião da equipa terapêutica, mesmo assim, nestas situações complexas de crise, possuímos competências e recursos capazes de motivar o individuo a permanecer em tratamento. Nesse sentido e afim de evitar mal entendidos, fazemos questão de reunir toda a família, antes do individuo dependente ser admitido, cujo objetivo será a motivação para o tratamento e a recuperação.
Como internar um individuo toxicodependente que não quere ajuda?
Se conhece alguém que precisa de ajuda nesse sentido, certamente já se questinou como internar um individuo que perdeu o controlo da sua vida, em relação aos comportamentos adictivos/dependências, resistente e que recusa ser ajudado?
De acordo com a nossa experiência, a família representa uma parte considerável da motivação para o individuo ser admitido, em regime de internamento e receber apoio profissional, mesmo contra a sua vontade. A família é representada por um conjunto de indivíduos, cuja estrutura assenta numa hierarquia – papeis, limites, filiações, alianças, dinâmicas de poder (quem é o membro ou os membros que tomam as decisões difíceis nas horas difíceis?). Com isto, queremos dizer, que a dependência e os comportamentos adictivos afetam, negativamente, toda a estrutura familiar, contudo a família, com o apoio profissional, pode unir-se, em uníssono, em torno do problema e em conjunto encetar um plano com o propósito de ajudar o familiar a tratar-se.
Na maioria das vezes, a família, individualmente ou em grupo, já tentou abordar o problema e ajudar o familiar, mas o resultado final culminou com discussões e culpas, ressentimentos e conflitos geradores de impotência. Todavia, com o apoio dos nossos profissionais iremos re-estruturar as dinâmicas e as alianças familiares e em conjunto exercer o apoio necessário a fim de motivar o individuo para o tratamento e a recuperação.
Como fazê-lo? Reunião familiar e a motivação para tratamento. Eis algumas orientações.
Preparar os membros da família para a reunião familiar; é necessário coesão, compromisso, apoio, sinceridade e atitude e todos são importantes para a motivação.
Abordar o problema da dependência, as consequências negativas na família e a necessidade de mudança de atitudes e comportamentos. Por exemplo, as consequências mais comuns; falta de coesão, falta de limites e perda da estrutura familiar, vergonha e impotência, ressentimento, alianças entre membros da família para prejudicar o dependente e vice-versa.
Na reunião familiar, desencorajamos qualquer acto de agressividade ou troca humilhações que desencorajem o diálogo. Na maioria dos casos, a família localiza o problema numa só pessoa; o individuo dependente, todavia, para nós, essa é uma perspetiva redutora em relação à complexidade do problema; a dependência afeta todos na família, incluindo as crianças.
Os nossos profissionais irão explorar as dinâmicas familiares, recorrendo à comunicação aberta, através do conceito de doença e como todos na família são prejudicados pelos comportamentos aditivos. No seio familiar, existem várias interpretações e opiniões diferentes, quanto à causa e consequências da dependência e estas diferenças originam conflitos, ressentimentos, falta de limites e alianças disfuncionais entre cada membro familiar que necessitaram de ser desmistificadas.
Através da reunião familiar pretendemos devolver o poder de decisão à família e assim aumentar a motivação do individuo dependente para o tratamento e a recuperação. Na realidade, sabemos que a grande maioria dos indivíduos, admitidos na Creta, não o fazem por eles próprios, a sua motivação para o tratamento é oriunda do pai ou da mãe, os filhos, a esposa/o/namorada/o, etc.
Gostaríamos de acrescentar que qualquer pessoa (adolescente, adulto e idade sénior) com um problema de dependência de drogas, lícitas e/ou ilícitas, e/ou comportamentos adictivos, terá um tipo de abordagem diferente; cada caso é um caso. A nossa equipa está disponível para ajudar! Não hesite, contacte-nos através do nosso formulário, do nosso nº Tel.: 212 693 950, nº Tlm.: 961 703 883 ou do email geral@cretatratamento.com.